PROTESTANTE PERGUNTA: - "Sabemos que "todos pecaram" conforme diz as escrituras. De que local da palavra de Deus se obtém a infabilidade papal. Ora, se todos pecaram, os papas também pecam, se pecam, logo são falhos! Explica-nos "Infalibilidade dos Papas, 1870 D.C." usando a palavra de Deus".
Respondido por: Alessandro Lima Fonte: Veritatis Splendor
POSTAGEM SEGUINTE: *E OUVI OUTRA VOZ DO CÉU QUE, DIZIA SAI DELA POVO MEU... E no dia que encontrar qualquer Católico Romano Padre ou leigo que provar com versículos a autenticidade para tais doutrinas, deixo de ser Cristão Evangélico para ser novamente Católico Romano"
ONDE SE ENCONTRA ESTA QUESTÃO
2. COMUNIDADE WESLEYANA
3. O APOCALIPSE
O ALESSANDRO RESPONDE
Prof. Alessandro Lima |
Infalibilidade Papal não é sinônimo de Impecabilidade Papal. Dizer que o Papa não erra quando ensina sobre Fé e Moral a toda Igreja, não é dizer que ele não peca.
Deus quer que todos conheçam a Verdade, que é anunciada aos homens pela pregação e pelo ensino. Logo, quem prega e quem ensina a Verdade não pode errar, não pode ensinar o erro, pois então já não ensinaria a Verdade mas a Mentira.
Por isso, Deus, desde tempos remotos, instituiu seu Magistério através de pessoas autorizadas, que gozando de um carisma especial, anunciariam a Verdade sem defeito, sem mancha, sem ruga, sem mácula.
A autoridade do Magistério foi dada primeiro a Moisés, depois aos Levitas e anciãos de Israel (cf. Deut 31,9-13). Também foi dada aos Reis (cf. 2 Cr 34,30). Como se vê não cabia ao povo ler e pedir a Deus entendimento da Escritura, pois sem autoridade não há unidade.
No tempo de Cristo, o Magistério era exercido pelos escribas e fariseus:
"Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse: Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem" (Mt 23,1-3).
Em Mt 15,1-9, Cristo ensina que os fariseus adulteravam a doutrina de Deus. Estaria Cristo entrando em contradição? Claro que não. Os fariseus não ensinavam sua própria tradição na sinagoga, mas em círculos mais amistosos, como nas casas das viúvas (cf. Mt 23,14).
"Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse: Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem" (Mt 23,1-3).
Em Mt 15,1-9, Cristo ensina que os fariseus adulteravam a doutrina de Deus. Estaria Cristo entrando em contradição? Claro que não. Os fariseus não ensinavam sua própria tradição na sinagoga, mas em círculos mais amistosos, como nas casas das viúvas (cf. Mt 23,14).
Era Moisés impecável? Não pecaram também os levitas e anciãos? E também os Reis? Não pecavam também os fariseus e escribas? Entretanto, todos eles, como exerciam o legítimo Magistério de Deus, eram mestres da Fé, e como tal não ensinavam o erro. Pois Deus, não se engana e nem pode nos enganar.
Ora, se tal proteção divina era garantida desde o Antigo Testamento, será que esta infalibilidade não será mais plena no Novo Testamento?
Jesus prometeu que Sua Igreja jamais ensinaria o erro, afirmando que as portas do inferno jamais prevaleceriam sobre Ela (cf Mt 16,18). O Salvador disse isto após conferir a S. Pedro as Chaves do Reino do Céu, o poder de ligar e desligar, o poder de definir e julgar o que é certo e errado. Vejamos a citação completa:
"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19).
"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19).
Como é claro no testemunho bíblico Jesus não deu esta autoridade a todos os crentes, mas somente a Pedro, pois Ele como chefe de toda Igreja deveria confirmar seus irmãos na Verdade:
"Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos" (Lc 22,31-32).
"Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos" (Lc 22,31-32).
Logo, a autoridade Petrina é fonte de toda autoridade e unidade na Igreja de Deus. Pois a Pedro foi dado o poder de dar a última palavra (“confirma os teus irmãos”). Logo, quando Pedro se pronuncia não há mais um ou duas palavras na Igreja, mas uma só.
Ora, sem autoridade não há unidade. Por isso que no protestantismo existem mais de 50.000 doutrinas diferentes, todos se dizendo guiados pelo Espírito Santo, com a mesma Bíblia incompleta e ninguém se entende. Cada denominação protestante tem sua própria doutrina, contrariado a característica da Verdadeira Igreja:
"Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,3-5).
"Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,3-5).
Conseqüentemente Pedro não pode ensinar o erro aos fiéis. Quando ensina sobre Fé e Moral a toda Igreja, goza de um carisma especial dado por Cristo, pois a Igreja sendo coluna e fundamento da Verdade (cf. 1Tm 3,15), não pode ensinar o erro jamais.
No protestantismo, cada crente é seu próprio mestre da Fé. Cada crente é infalível, pois crê que lendo a Escritura a entende perfeitamente. Ora, se há tantos infalíveis no protestantismo, porque não concordam nas questões mais simples? Por quê cada denominação protestante tem sua própria doutrina totalmente diversa de outra denominação?
Ora, uma igreja que suporta vários “infalíveis” que não se entendem, não possui “um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,5); nem pode ser “coluna e fundamento da verdade” (cf. 1Tm 3,15).
O dogma da infalibilidade papal que foi declarado no Concílio do Vatiano I (1869-1870), não é uma invenção do século XIX, mas apenas uma confirmação do que sempre foi crido na Igreja.
Desde os tempos da Igreja nascente, os Papas eram considerados mestres da Fé, cuja doutrina deveria era confiável e deveria ser acatada.
Em 90 d.C S. Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, escreve uma carta aos cristãos de Corinto, intervindo no caso de deposição do Bispo e dos presbíteros. A paz voltou àquela comunidade após o recebimento da carta do Papa com exortações e ordens (1).
Em 108 d.C S. Inácio de Antioquia (discípulo pessoal de S. Pedro e S. Paulo) escrevendo uma carta à Igreja de Roma declara: "Nunca tiveste inveja de ninguém; ensinastes a outros. Quanto a mim, desejo guardar aquilo que ensinais e preceituais" (2).
Em 202 d.C S. Ireneu (discípulo pessoal de S. Policarpo, este discípulo pessoal de S. João) escreveu: "Já que seria demasiado longo enumerar os sucessores dos Apóstolos em todas as comunidades, nos ocuparemos somente com uma destas: a maior e a mais antiga, conhecida por todos, fundada e constituída pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo. Mostraremos que a tradição apostólica que ela guarda e a fé que ela comunicou aos homens chegaram até nós através da sucessão regular dos bispos, confundindo assim todos aqueles que querem procurar a verdade onde ela não pode ser encontrada. Com esta comunidade, de fato, dada a sua autoridade superior, é necessário que esteja de acordo toda comunidade, isto é, os fiéis do mundo inteiro; nela sempre foi conservada a tradição dos apóstolos" (3).
Em 258 d.C S. Cripriano escreve: "A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal" (Cipriano, +258, Epístola 55,14).
Em 347 o Papa Júlio I envia uma carta aos cristãos de Antioquia onde lemos:
“Se de todo, como dizeis, houve uma certa falta em relação a eles [bispos de Alexandria], o juízo deveria acontecer segundo o cânon eclesiástico e não desse modo. Deveria haver-se escrito a todos nós, para que fosse assim estabelecido por todos o que é justo. Os afetados, na verdade eram bispos, e as Igrejas afetadas não eram quaisquer, mas aquelas que os próprios apóstolos dirigiram pessoalmente. Por que motivo, principalmente no tocante à Igreja de Alexandria, não foi escrito a nós? Por acaso ignorais que o costume era este: que se escreva primeiro a nós e daí venha a ser estabelecido o que é justo? Se portanto se suspeitava alguma coisa do gênero a respeito do bispo de lá, deveria haver-se escrito à Igreja daqui” (4).
Se o Papa não fosse considerado conforme o antigo costume, Mestre da Fé, infalível e com primado de jurisdição sobre toda Igreja, sua carta aos cristãos de Antioquia não faria o menor sentido.
“Se de todo, como dizeis, houve uma certa falta em relação a eles [bispos de Alexandria], o juízo deveria acontecer segundo o cânon eclesiástico e não desse modo. Deveria haver-se escrito a todos nós, para que fosse assim estabelecido por todos o que é justo. Os afetados, na verdade eram bispos, e as Igrejas afetadas não eram quaisquer, mas aquelas que os próprios apóstolos dirigiram pessoalmente. Por que motivo, principalmente no tocante à Igreja de Alexandria, não foi escrito a nós? Por acaso ignorais que o costume era este: que se escreva primeiro a nós e daí venha a ser estabelecido o que é justo? Se portanto se suspeitava alguma coisa do gênero a respeito do bispo de lá, deveria haver-se escrito à Igreja daqui” (4).
Se o Papa não fosse considerado conforme o antigo costume, Mestre da Fé, infalível e com primado de jurisdição sobre toda Igreja, sua carta aos cristãos de Antioquia não faria o menor sentido.
Um Concílio regional realizado em 343 na Sárdica, também faz referência à autoridade infalível do Papa Júlio I: “Se porém, aparecer que um dos bispos em determinada causa tenha sido condenado, e ele estiver convencido de ter não uma causa débil, porém justa, de modo que o veredicto possa ainda ser renovado, se parecer bem à vossa caridade, honremos a memória do Apóstolo Pedro, e escreva-se por parte daqueles que julgaram, a Júlio, o bispo de Roma, para que, se necessário, os bispos vizinhos daquela província renovem o julgamento, e que ele designe os árbitros” (5).
Em 385 o Papa Siríco envia uma carta ao bispo Himério de Tarragona, onde lemos:
“(Proêmio,1) Não negamos a resposta correspondente à tua consulta, já que, em consideração ao nosso ministério, não podemos dissimular nem temos liberdade de calar, pois que nos incumbe, mais do que a todos, o zelo pela religião cristã. Levamos o peso de todos os que estão sobrecarregados; mais ainda, leva-o conosco o bem-aventurado apóstolo Pedro, que em tudo, conforme acreditamos, nos protege e defende enquanto herdeiros de seu ministério...
“(Proêmio,1) Não negamos a resposta correspondente à tua consulta, já que, em consideração ao nosso ministério, não podemos dissimular nem temos liberdade de calar, pois que nos incumbe, mais do que a todos, o zelo pela religião cristã. Levamos o peso de todos os que estão sobrecarregados; mais ainda, leva-o conosco o bem-aventurado apóstolo Pedro, que em tudo, conforme acreditamos, nos protege e defende enquanto herdeiros de seu ministério...
(Cap 15,20) Agora sempre mais estimulamos a disposição de ânimo de Tua Fraternidade a observar os cânones e a manter os decretos estabelecidos, no sentido, de que, quanto temos dado por resposta á tua consulta, tu o faças chegar ao conhecimento de todos os nossos coepíscopos, e não só dos que estão constituídos em tua diocese; mas também a todos os bispos cartagineses e béticos, lusitanos e galícios, ou seja, aos bispos das províncias vizinhas da tua, seja mandado, acompanhando uma carta tua, tudo quanto por Nós em salutar disposição foi estabelecido. E, se bem que a nenhum sacerdote do Senhor seja permitido ignorar as decisões da Sé Apostólica ou as veneráveis disposições dos cânones, todavia poderá ser bastante útil e, em consideração à longevidade do teu sacerdócio, rica fonte de glória para teu amor, se aquelas coisas de natureza geral que foram escritas particularmente para ti, por causa de tua solicitude pela unidade, sejam levadas ao conhecimento de todos os nossos irmãos: obtemos assim, de um lado, que permaneçam incorruptas aquelas coisas que, não desconsideradamente, mas com previsão, com máxima prudência e ponderação, foram salutarmente estabelecidas por Nós; de outro, que a todas as futuras escusas se feche o acesso que, junto a Nós, a ninguém mais poderá ficar aberto” (6).
Além do Papa ser sempre procurado como mestre da Fé para toda a Igreja, um outro fato interessante que confirma a Fé na infalibilidade papal pelos primeiros cristãs é que nenhum concílio poderia ter seus decretos ensinados aos fiéis, antes que fossem aprovados pelo Papa.
Os testemunhos primitivos sobre a infalibilidade e o primado do Papa são inúmeros. Só não conhece a Verdade quem não quer.
Antes de externar juízos sobre o dogma da infalibilidade Papal, deveriam estudar a matéria (7). Se desconhecem doutrinas simples como esta, como podem se julgar sábios em relação ao que ensina a Escritura?
Enquanto das comunidades protestantes defendem o aborto, o divórcio, o sexo antes do casamento e outras aberrações, a Igreja Católica é atacada pela mídia por defender os valores morais, principalmente aqueles ligados à família e à dignidade humana. E nem poderia ser diferente, pois Jesus prometeu que as portas do inferno jamais prevaleceriam contra a Sua Igreja (cf. Mt 16,18).
Fico eu com a Doutrina de Sempre, conforme sempre foi crida pelos primeiros cristãos a ficar com a metamorfose ambulante da doutrina dos “infalíveis” protestantes.
Nota
(1) Primeira Carta de S. Clemente aos coríntios. Disponível em
http://cocp.veritatis.com.br/fixas/1corintios.htm.
http://cocp.veritatis.com.br/fixas/1corintios.htm.
(3) IRENEU, Santo, Bispo de Lião. Contra as Heresias. Tradução Lourenço Costa. São Paulo: Paulus, 1998 (Patrística, 4). Pg 249-250.
(4) DEZINGER, 132. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. Traduzido, com base na 40ª edição alemã (2005), aos cuidados de Peter Hünermann, por José Marino Luz e Johan Koning. São Paulo: Paulinas e Editora Loyola, 2007. Pg 53.
(5) Ibidem, 133. Pg 55.
(6) Ibidem, 181-182. Pg 72-73.
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