Os Papas nada tiveram com a matança do dia de S. Bartolomeu. Pio V não planeou com Catarina de Medicis, nem ela incitou a Corte da França; Gregório XIII nunca a aprovou. Mandou cantar um Te-Deum em Roma por ter saído salvo dela o Rei com a Família Real, e isso a instantes rogos da Corte da França.
I - A MENTIRA
"Na noite de 24 de agosto de 1572, a Igreja festejou a noite de São Bartolomeu massacrando 70 mil protestantes franceses. O papa Gregório XIII comemorou ordenando que cantassem o Te Deun, cunharam moedas comemorativas e trocaram presentes".ÃO
26/01/09
Autor
da Denúncia:
da Denúncia:
Jefferson Nóbrega
Destaquei o site acima, pois a refutação foi baseada na calúnia exposta por eles, mas a mesma acusação pode ser encontrada em qualquer site protestante que fale da Inquisição.
III - A VERDADE DOCUMENTAL
Henrique II - Rei da França |
A Noite de São Bartolomeu foi um episódio político e não religioso, a casa real da França foi a grande responsável pela perseguição e pelo massacre dos Huguenotes.
Os Huguenotes eram um grupo de protestantes Calvinistas que se tornaram centro de disputas políticas na França nos Séc. XVI e XVII.
Durante o Reinado de Henrique II (1547-1559), esses protestantes tornaram-se um grupo político bastante influente na França e na medida em que cresciam essa influência mais aumentava as hostilidades com o governo Francês.
Algumas ações dos Huguenotes de fato despertavam a “raiva” dos Católicos, pois estes protestantes radicais invadiam Igrejas, destruíam imagens e relíquias dos Santos.
Mas os grandes responsáveis por todo o episódio foram a Rainha Catarina de Médicis e seu filho Carlos IX que foi quem deu a ordem do massacre.
Rainha Catarina de Médici |
Depois da morte de Francisco II e da coroação de Carlos IX, a rainha-mãe, Catarina de Médici, passou a controlar a França. Durante algum tempo ela defendeu os huguenotes como uma forma de contrabalançar a influência dos Guises. Entretanto, o acirramento dos ânimos de ambas as partes aumentou, a ponto de provocar uma guerra civil. Catarina temia que o almirante Coligny estivesse influenciando demasiadamente seu filho e aliou-se ao duque de Guise.
Mas, objetar-se-á, não é verdade que S. Pio V, alguns meses antes falecido, convidara por vezes Carlos IX a exterminar os hereges do seu reino?
Papa São Pio V |
É coisa certa que S. Pio V por vezes exortou a corte de França a, com rigor, aplicar contra os hereges as leis existentes (suppliciis afficiantur quae legibus statuta sunt), leis que se estendiam até á pena de morte; mas é coisa não menos certa que ele sempre formalmente reprovou qualquer tentativa de assassinato ou de morticínio. A 10 de maio de 1567 escrevia o embaixador espanhol em Roma para a sua corte: ‘Os senhores da França, disse-me o Papa Pio V, premeditam qualquer coisa que eu não posso aconselhar nem aprovar e que a minha consciência reprova; querem empregar meios para acabar com o príncipe de Condé e o almirante de Coligny.’ É, observa Vacandard, reprovar de antemão o morticínio de S. Bartholomeu.
Ficou, pois, a corte romana completamente estranha aos
horrendos atentados de 24 de agosto. Foi, entretanto, Gregorio XIII informado pelo embaixador francês de que o rei e a rainha mãe tinham escapado a uma trama dos huguenotes e de que estes tinham sido justamente castigados e em grande parte exterminados; pelo que mandou aquele Papa os parabéns a Paris, e ordenou que se fizesse em Roma uma solene procissão em ação de graças, com um solene Te Deum, e encarregou alem disto o pintor Vasari de representar nas paredes do Vaticano as principais cenas daquele dia, mandando também cunhar uma medalha comemorativa.
Mas qual é a verdadeira explicação destes procedimentos do Papa?
As congratulações enviadas á corte de Paris faziam parte, a mais ordinária, das relações diplomáticas. E por outra parte o Papa não dispunha de outras fontes de informação senão das relações do embaixador francês em Roma e das do seu núncio em Paris. Apresentavam elas os fatos, como oficialmente corriam, isto é, como uma conjuração tramada pelos huguenotes contra a vida do rei, conjuração, de que o rei só pudera salvar-se por meio de uma geral carnificina. Que diz com efeito o núncio residente em Paris e de ordinário bem informado? No seu despacho com data do próprio dia da carnificina, depois de narrar os fatos, acrescenta que ‘a Majestade divina tomou sob a sua proteção o rei e a rainha mãe’; o que parece confirmar a ideia que corria, de ter realmente existido a tal conspiração.
Em Paris mesmo foi muita a gente que se enganou; e o próprio Parlamento condenou retrospectivamente o almirante Coligny a ser queimado em effigie por causa do criminoso atentado. Estava, portanto, o Papa com muito boa companhia, no juízo que fazia sobre aqueles acontecimentos trágicos.
A conclusão, que disto se tira, é que o S. Bartholomeu foi uma questão meramente política, originada do ódio de Catharina contra Coligny, das rivalidades entre as casas de Guise e de Condé, e ocasionada pela exasperação da rainha, ante o malogro da sua cruel tentativa de 22 de agosto. Bastantemente se explicam assim os lastimosos sucessos do S. Batholomeu; e esta explicação está de acordo com os documentos daquela época. A religião nem sequer serviu de pretexto para aquela carnificina, porque as informações dadas ao Papa apenas se referiam a uma conjuração política. Catharina de Medicis, a principal culpada nesta catástrofe, tinha sobretudo em vista abater o partido protestantes mais do que a seita dos protestantes.”
Fonte: DEVIVIER, Pe. W., SJ. Curso de Apologetica Christã, 3ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1925, pp. 426-429:
O que é possível afirmar segundo a história verídica e imparcial é que o clero católico, durante as matanças, cumpriu o dever sagrado de seu ministério. Aí se enquadra, por exemplo, a nobre conduta de Hennuyer, bispo de Lisieux, que salvou, por sua firmeza, todos os huguenotes de sua diocese. O Martirológio dos protestantes – insuspeito em querer elogiar os católicos - cita vários fatos desse gênero: “Em Toulouse” – diz – “os conventos serviram de asilo aos calvinistas; em Bourges, alguns católicos pacíficos ocultaram vários [huguenotes]; em Romans, de sessenta [huguenotes] presos, quarenta foram libertados e dos vinte restantes, não morreram mais que sete; em Troyes, em Bordeaux, muitos foram igualmente salvos pelos sacerdotes”. Em Paris, os huguenotes perseguidos encontraram igualmente protetores entre os católicos; e em Nimes, esquecendo os vexames perpetrados pelos protestantes [no dia] de São Miguel, surgiram corações bastante generosos para defender os calvinistas de uma matança autorizada pelo exemplo [de Paris], mas de nenhuma maneira aprovada pela Religião [católica].
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De fato fica demonstrado aqui que o “Massacre de S. Bartolomeu” foi nada mais que um episódio desecandeado pela casa real da França contra os protestantes que também visavam interesses políticos no País.
Essa visão de que foi tudo premeditado pela Igreja nada mais é que uma ficção criada pela Les Huguenots (ou Os Huguenotes) uma ópera francesa de Giacomo Meyerbeer.
A Noite de São Bartolomeu foi uma guerra civil onde um grande número de protestantes foram mortos e onde também católicos morreram no confronto. Baseado na mesma lógica nós poderíamos acusar os calvinistas pelas vidas católicas que ali pereceram. Portanto, acusar a Igreja do massacre dos Huguenotes é novamente distorcer a verdadeira história com o único objetivo de difamar a Santa Igreja Católica que é a coluna e sustentáculo da verdade. (1Timóteo 3,15).
Sancte Michael Archangele, defende nos in prælio; contra nequitiam et insidias diaboli esto præsidium
TRANSCREVEMOS TAMBÉM AQUI UMA
PERGUNTA E RESPECTIVA RESPOSTA
DO Pe. PAULO RICARDO
RESPOSTA CATÓLICA:
A NOITE DE SÃO BARTOLOMEU
PERGUNTAS RELATIVAS À "NOITE DE SÃO BARTOLOMEU
"Não mandaram Carlos IX da França e Catarina de Medicis, sua mãe, a pedido do Papa, degolar cem mil huguenotes, a 24 de Agosto de 1572, dia de S. Bartolomeu? Não foi o Papa Pio V, com a Corte da França, o instigador deste crime, e não mandou o Papa Gregório XIII cantar um solene Te Deum em Roma pelo bom êxito que tivera?"
RESPOSTA - Os Papas nada tiveram com a matança do dia de S. Bartolomeu.
Pio V não planeou com Catarina de Medicis, nem ela incitou a Corte da França; Gregório XIII nunca a aprovou.
Mandou cantar um Te-Deum em Roma por ter saído salvo dela o Rei com a Família Real, e isso a instantes rogos da Corte da França.
As congratulações do papa não são de estranhar.
Ainda hoje é praxe, quando um rei, um príncipe, um presidente da república, sai ileso de um grande perigo, ou atentado, saudarem-no, congratularem-se com ele os outros soberanos, príncipes e governos.
A matança foi um crime político de Catarina de Médicis, por ela planejado na tarde anterior, para evitar as possíveis conseqüências do frustrado assassínio de Coligny, ocorrido a 33 de Agosto, 2 dias antes.
Catarina de Médicis não morria de amores pela religião católica. Era livre-pensadora da escola de Machiavelli, criada nas péssimas tradições dos tiranos da Itália e rainha de uma das Cortes então mais corruptas da cristandade.
A grande aspiração de sua vida era governar pessoalmente a França e robustecer o seu poder, colocando os seus filhos no trono da Inglaterra, Espanha e Polônia.
Para conseguir os seus fins, não trepidava em inimizar os príncipes católicos com os príncipes huguenotes, ciumenta de uns e de outros.
Quando Coligny começou a fazer-lhe sombra e a minar-lhe a influencia, ela, com seu filho Carlos, deliberou tirar-lhe a vida.
Hoje ninguém sustenta que a matança de S. Bartolomeu foi premeditada. Foi planejada e executada com tanta rapidez, que a Corte da França não sabia como defender-se perante as outras Cortes da Europa.
No mesmo dia em que se deu a matança o rei Carlos escreveu ao seu Embaixador na Inglaterra, notificando-lhe que se dera um encontro sangrento entre a facção do Duque de Guisa e a de Coligny, acusando-o de haver assassinado seu pai.
Brasão dos Duques de Guise |
Declarava que tinha ordenado a matança, para evitar, frustrar, uma conspiração de Coligny e seus amigos, em que ele devia perecer com toda a Família Real.
Toda a Europa admitiu esta enorme mentira diplomática, menos a Alemanha e Suíça.
Como conseqüência, Carlos IX recebeu mensagens congratulatórias do Senado de Veneza, do Duque da Toscana, de Filipe II da Espanha e de Isabel da Inglaterra.
É verdade que Pio V urgiu freqüentemente com a Corte da França, que tomasse medidas enérgicas contra os huguenotes, que ele, com toda a razão, considerava inimigos da Igreja e do Estado.
Escreveu a Carlos e a Catarina, que “declarassem guerra aos inimigos da Igreja e os destruíssem a todos sem dar tréguas aos rebeldes, para libertar de vez a França de sedições e cenas sangrentas.”
Não nos arvoramos em juízes das razões políticas que motivaram este particular interesse do Papa pela conservação da monarquia francesa; se bem que pensamos que uma decisão enérgica teria evitado o derramamento de sangue, que se lhe seguiu.
O Papa insistia em que era necessário obter uma vitória decisiva até submeter completamente os rebeldes e sentia-se incomodado, quando lhe notificavam que as vitórias do Rei enriqueciam e fortificavam os inimigos.
Mas uma coisa é guerra oficialmente declarada, e outra são assassínios pessoais.
Nem um só Bispo esteve presente, quando a “junta” maquinou a matança; nem um só a aprovou depois de perpetrada.
O Cardeal de Lorena, que tantas vezes nos pintam a abençoar as adagas dos assassinos de Paris, estava em Roma, quando se deu a catástrofe.
Todos os historiadores, católicos e protestantes, estão de acordo que a inspiradora e autora deste tristíssimo acontecimento foi Catarina de Médicis.
Um escritor protestante, que publicou recentemente a sua vida, diz: “Sobre Catarina pesará sempre a responsabilidade da matança de S. Bartolomeu”. E acrescenta: “Ninguém, que conheça alguma coisa do seu caráter através de suas cartas, ou tenha estudado com atenção a sua tortuosa política de governo, pode suspeitar, sequer por um momento, que andou nisto alguma coisa que se parecesse com fanatismo religioso” (Van Dyck: Catherine de Medicis, 2., 88)
Quanto ao número de mortos durante as seis semanas que durou a matança, nada se sabe de positivo; tudo é conjectural; e os cálculos fazem-nos lembrar dos geólogos modernos acerca da idade do mundo. Basta dizer que vão de 2.000 a 110.000.
Lorde Acton e Van Dyck calculam de 3.000 e 4.001, em Paris; e outros tantos nas Províncias.
Segundo um antigo livro de contas do Hotel da Cidade de Paris, citado pelo P. Caveirac na sua “Apologia de Luiz XIV”, foram sepultado os cadáveres de 1.190 vitimas, no Cemitério dos Inocentes.
O “Martirológio Huguenote”, publicado em 1581, só apresenta 786 nomes.
Sabe-se, pelo “Relatório de Beauviller”, mensageiro do rei da França, pelas cartas ao embaixador francês De Ferals, do Cardeal de Borbão e do Núncio, que a Corte Francesa não vacilou em mentir ao Papa, informando-o de que a matança tinha sido um justo castigo imposto aos conspiradores.
Brantôme diz nas “Memórias” que quando o Papa, mais tarde, teve conhecimento da verdadeira causa do morticínio, chorou lágrimas amargas e condenou-o como “ilegal e proibido por Deus”.
Fonte:
Caixa de Perguntas, B. L. Conway, p. 387-389
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